data-filename="retriever" style="width: 100%;">Foto: Marcelo Oliveira (Especial/Diário)
Será a primeira vez que a escalada esportiva ganhará os olhos do mundo nas Olimpíadas deste ano, em Tóquio, no Japão. Do primeiro campeonato mundial, nos anos 1980, até chegar à maior competição do mundo, o esporte precisou, literalmente, escalar obstáculos. Para quem pratica a modalidade há mais de 20 anos, é uma satisfação vê-la atingindo topos.
- Eu acredito que teremos um acesso melhor no Brasil. Nós entramos nesse cartel com esportes que os jovens gostam, como o surf e o skate, e isso vai trazer um boom no esporte e despertar o interesse de mais pessoas - avalia o professor de educação física e instrutor de escalada Radamés Xavier.
Maria Portela e judocas gaúchos chegam a Porto Alegre e são recebidos no Palácio Piratini
No total, 40 atletas se classificaram para os Jogos de Tóquio, sendo 20 homens e 20 mulheres, que competem por seis medalhas. O Brasil não classificou nenhum atleta, mas já incentiva escaladores amadores a se profissionalizar e sonhar com as competições internacionais.
O estudante Felipe Leães, 16 anos, começou a praticar a escalada em 2018. Ele passou por todas as práticas possíveis - do futebol às artes marciais - e firmou o pé no climb (parede). - A escalada me proporciona uma viagem diferente cada vez que subo na parede ou na pedra. Ver o esporte que escolhi na Olimpíada me dá ainda mais incentivo para continuar e, quem sabe, sonhar mais alto - afirma.
No município, a Associação Santa-Mariense de Escalada (ASE) reúne os praticantes e acolhe escaladores de fora do estado e até do país quando visitam o município. A estimativa é que haja 250 esportistas amadores na cidade. E o crescimento de adeptos é constante.
A bióloga Natália Huber, 30 anos, começou a praticar escalada em novembro do ano passado e se dedica à modalidade.
- Sempre fui apaixonada por esportes de aventura. Conheci a escalada em Caçapava do Sul e, agora, pratico pelo menos uma vez por semana indoor e na rocha. Eu tenho histórico no balé, que trabalha muito os membros inferiores e, com a escalada, eu posso trabalhar também a força dos braços, por exemplo - salienta Natália.
Brasil bate México nos pênaltis e vai à final em busca do bi
O estudante Max Souza, 31 anos, tem a escalada como aliada para a saúde mental.
- Eu comecei praticando rapel e, há dois anos, fui introduzido na escalada. Procurei um ginásio e, gradativamente, fui descobrindo o esporte. Tenho crises de ansiedade e pânico, e o esporte tem sido fundamental para a minha vida - explica Max.
NO JAPÃO
Em Tóquio, os atletas olímpicos competem o formato "combinado", que envolve as três principais categorias da escalada: velocidade (speed), boulder e dificuldade (esportiva). O ouro será dado ao atleta que tiver o melhor resultado em cada uma das categorias, obtendo o menor número de pontos.
O esporte que exige força, estratégia, flexibilidade, potência e resistência já é tradicional em diversos países. Na modalidade, os atletas não só precisam chegar mais alto, como também serem rápidos e atingir o topo com o menor número de tentativas possível. Escolher a melhor sequência na via - nome oficial dado aos possíveis caminhos dos muros - para atingir o objetivo é parte essencial do desafio.
CURIOSIDADES SOBRE A ESCALADA
- No Brasil o primeiro ginásio de escalada foi a 90 graus em São Paulo, inaugurado em 1994
- A cidade de Groningen, na Holanda, possui a maior parede artificial do mundo com 37 metros de altura
- O recorde mundial de velocidade é 5.48s do iraniano Reza Alipour. O movimento de largada que ele inventou hoje é chamado de Reza
- A primeira competição de escalada esportiva em rocha natural foi realizada na Itália em 1985
- A seleção brasileira de escalada é formada por 10 atletas (cinco homens e cinco mulheres). A mais jovem é Mariana Hanggi, de 14 anos, de Curitiba (PR), e a mais experiente é Patrícia Antunes, de 34 anos, de Belo Horizonte (MG)
- A Associação Brasileira de Escalada Esportiva (ABEE) nasceu em 2014 e desde então é a entidade nacional reconhecida e filiada à Federação Internacional de Escalada Esportiva (IFSC - International Federation of Sport Climbing), autoridade máxima reguladora do esporte no mundo